Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

domingo, 27 de novembro de 2016

Naval 1 Belenenses 0...faltou a maturidade,ou sobrou a atitude?

Fotos Ana Maria Pinto da Costa

Importante na vida mesmo,é não nos deixarmos só levar por frases,por sentimentos pragmatizados,por ideias pré-concebidas,por destinos traçados sem que a nossa atitude se chegue á frente e possa genuinamente refletir o que é capaz,e aí sim,tanto se valoriza quem nos conduz,como se lança a aposta naquilo que está reservado por cada um,e que só pode ser captado pela sua própria inteligência emocional.
Maturidade ou atitude,qual destas faltou contra o Benfica?
E agora,qual foi a que sobrou contra o Belenenses?
E na próxima,
qual vai ser a que falta ou sobra contra um clube de outra dimensão afirmada?
O quê? O quê?...
Benfica e Belenenses são clubes diferentes?
Sim,é verdade,e até na cor,
porque na classificação só com esta vitória estrondosa da Naval alguma diferença se acentuou...
Mau,estou a contradizer-me?
Não,
seus "putos espetáculo",a maturidade existe mesmo,mas só a atitude nos faz aproximar da verdade dos factos,e se é nas escolhas conjugadas de uma equipa que se podem conquistar os feitos,será sempre no que sentimos e vem de dentro de nós,que brotará o segredo de uma magia sacada pelo nosso próprio talento.
Vocês ontem foram enormes,e sabem porquê?
Porque foram muito iguais em toda a partida,esqueceram a tal cor das camisolas contrárias,ouviram objetivamente o vosso líder,sentiram concretamente o que desejavam,e conseguiram aquilo que poucos pensavam,e que se calhar nem vós próprios acreditavam de todo.
E agora?
Agora vocês cresceram,
são vistos de outra forma,admirados de outro jeito,mas nunca esqueçam que,os excessos de confiança são o reverso da medalha.
E por isso,
é preciso estar sempre atento...
O destino das emoções deste jogo,ficaram logo à vista desde os primeiros movimentos e investidas verde e brancas,pois desta feita,a fase de adaptação ao adversário foi determinada,e não deixou espaço a imposições dos que mais agregavam o favoritismo.
A Naval,atuou num todo,e deu a flexibilidade capaz para que as suas linhas subissem e descessem consoante as incidências do jogo,nunca se submetendo,e ambicionando sempre que possível na tal vontade de ser melhor,começando no João Tiago,onde foi notória a sua maior tranquilidade,posicionamento,e acerto nas saídas,e mesmo na minha ótica,até o amarelo por intervenção fora da área,foi uma boa decisão instintiva,que pode ter salvo o sonho de uma partida,onde a chuva depois lhe trouxe alguns engulhos,mas com os quais rápidamente soube lidar e passar a mensagem de segurança para o grupo.
Lá na frente.não foram precisos mais do que 10 minutos,para que os Navalistas deixassem no ar os propósitos da sua conquista,quando em um remate desenhado por um navalista,um chapéu foi desfeito pela agilidade bem medida de Tomás,o guarda-redes de Belém.
O mote estava lançado,e os da Naval,não se faziam rogados na afirmação de um esquema tático,onde Bernas voltou a ser opção como titular,a defesa esquerdo,e ainda que tenha começado com algum desacerto,foi melhorando ao longo da partida,e acabando mesmo em bom plano.


Naquela zona nevrálgica,Gonçalo até pode ter dado tudo o que tinha para dar,e até me encheu de júbilo a sua forte personalidade para se equiparar ao seu "colega de encosto",e na segurança classificativa de um 0 a 5,até lhe atribuo 4 de nota,não deixando no entanto de ficar com a ideia,que se for "ajustado mentalmente",muito mais pode valer...
o Toca,passou tanto de despercebido,quanto de saliente,foi o estilo de atleta que entrou calado e saiu em silêncio,mas correu,saltou,desarmou,e impôs-se  categorialmente,sendo pilar determinante nesta valiosa vitória.


Foi na zona de Murliki,que os navalistas mais correram riscos,pois entre alguma indefinição entre ele e Gonçalo,foram-se criando algumas duvidas nas marcações ,ficando até eu na duvida no que lhe foi pedido a ambos,porque se por uma lado,o Belenenses era por ali que mais investia nas aberturas,pelo outro,mormente na primeira parte,não se acautelavam os ajustamentos defensivos devidos para essa circunstancia.
A Naval,evidenciava como aliás lhe deu continuidade na segunda parte,e ao contrário do seu ultimo jogo,uma atitude destemida na construção de jogo,com Léo,a carregar o piano de forma exímia e aturada."atirando com o corpo" para onde fosse preciso, e sendo "pau para toda a colher",jogava feio quando também era necessário,e bonito quando se impunha que assim fosse,apoiando lado a lado,um Gil de uma dimensão técnica mais de acordo com os seus atributos,e onde os nervos não ditaram leis,conseguindo mesmo aqueles "pormenores" na construção,que o não são na verdadeira acepção da palavra,porque iluminam mais ainda os olhos dos adeptos do Futebol Paixão.


A equipa Figueirense,defendia bem,e atacava a preceito,e aos 17,35 e 37 minutos da primeira parte, já podia ir escrevendo a página de um jogo com uma vitória anunciada pela justiça no marcador,mas Sandro e Gassa,desperdiçariam esse ensejo,que em muito era impulsionado por Nuno André,que ao seu estilo de "alma danada",empurrava o ataque para "as zonas de cheque mate".
Sandro Moço,está claramente a subir de forma,mais confiante e interventivo em todo o tipo de ações,sejam elas defensivas ou ofensivas,voltou a dar "corda ás botas",e a fazer valer os seus atributos,que volto a referir não têm que ser só certificados em golos,mas até muito mais na sua distribuição por quem esteja mais bem colocado.
Gassa,foi a outra inspiração antes do jogo,porque resultou naquilo que este jogador pode crescer como atleta,resultou naquilo que nas bolas paradas em termos defensivos ajudou na oposição aéria,e mais do que isso,espevitou Esgaio,que por sentar "no banquinho",o fez entrar mais à sua imagem e quando foi solicitado para tal.
Pois,mas nem tudo foi "um mar de rosas",porque ao cair da primeira,e num estoiro a parecer bem,"os alfacinhas" iam chegando ao golo,mas pelo meio surgiu um valente(Ivan),que de cabeça desviou tal ameaça negra,e reafirmou a grande exibição que estava a efetuar.
O Belenenses,não desarmava,e nas poucas ocasiões conseguidas durante também a segunda parte,ia logo no seu inicio, e por Didi,partindo "um poste ao meio" na baliza de João Tiago,funcionando no entanto como "choque eléctrico" no meio da chuva que começou a cair, levando-os a escorregar definitivamente numa derrota que foi "montada com peso conta e medida".
Esgaio, era chamado a substituir o já exausto Gassa,e entrando determinado, refrescou e deu mais profundidade ao jogo,para além de se aproximar de novo no que já não fazia há muito,e que traduz mais o seu real valor.
Murlike,cedia o seu lugar,e entrava "o candidato a mágico",Ary,com cara de "poucos amigos",se calhar por causa do tal "banquinho",a verdade é que neste jogo espalhou criatividade para o golpe final,pegando na bola,alicerçou jogadas para acentuar um maior desiquilíbrio azul,não exibiu inibições psicológicas,e depois saiu a sorrir no final.
Adivinhava-se o golo,e Nuno André,que agora surgia mais solto na frente,juntava à sua garra um estoiro na redondinha,e aos 60 minutos,quase antecipava a sua própria emoção nesse protagonismo,o que acabou por se materializar numa jogada antagónica por menos individualista,e onde Sandro Moço,mais uma vez com a sua enorme codícia pelo golo,acabou por em talento cair no flanco,e fazer um cruzamento onde um toque de Esgaio foi a benção da jogada,para que "o teimoso" numero 19, anichá-se a bola com uma grande tranquilidade lá para o fundo das redes do actual 4ª classificado,e que por não ter vencido,também não conseguiu chegar ao terceiro,e ficar "juntinho" ao S.L.B.
Ao cair do pano,entrou ainda Ju,o baixinho que sonhava com mais tempo de jogo,e pelo pouco que teve ao seu dispor e ao serviço da equipa,mostrou muito de ambição,e com certeza oportunidades não lhe irão faltar,para ver até onde pode ir aquele "pique",e o sustentáculo técnico para se impor no ultimo terço.
Quanto ao Rui Simões,ao Hugo e ao Xavier Gil,de certo haverá mais marés que marinheiros.e espero que acreditem sempre nos seus sonhos.
A arbitragem esteve bem,com mais uma vez um fiscal de linha a revelar-se muito nervoso,e numa tendencia contra "os mais pequeninos",mas depois com o intervalo tudo passou,e a verdade não fugiu à história do jogo.
Foi o delírio para os Figueirenses,foi mais uma achega a quem anda a sonhar pouco com a Naval 1º de Maio,e azo dá a comportamentos que só lhe provocam pesadelos.
Obrigado,seus putos maravilhosos,a Figueira agradece.