Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

domingo, 16 de outubro de 2016

O misticismo de um Derby que terminou empatado,mas onde "as estrelas" foram mais verde e brancas...


Fotografias Ana Maria Pinto da Costa




Misticismo,poderá até de certo ser um exagero na definição das circunstancias que caracterizaram e conduziram este Naval 1ºde Maio,1 União de Leiria, 1, em juniores sub 19, a um empate tão injusto quanto desajustado nas incidências ao longo deste embate entre rivais. 
Mas para quem possa vir a tentar "entrar no jogo" através das minhas palavras,apelo em mim próprio, a um risco num exagero que até nem sei se o é,pois passam-se os tempos,e há circunstâncias onde embora não se esgotem as explicações cientificas sobre um derby,estas repetem-se entre um perdurar de uma força que manipula a lucidez da mente,e parece desviar a bola por trilhos arrepiantemente incapazes de traduzirem a verdade a que um jogo de noventa e tal minutos tinha seguramente direito.
Neste tipo de prélio,é quase sempre quem está pior na classificação,que melhor começa,ora porque se liberta de favoritismos inibidores.ora ainda porque fica mais perto de uma galvanização transportada pela mistica de um emblema,que tem história para dar,e que se quer naquele momento honrado na dimensão que o criou,e que circunstancialmente neste momento,poucos lhe davam no atributo da vitória.


Por outro lado,e ainda que a Naval,tenha sido uma equipa com uma postura enormemente humilde,sabia que até podia ser melhor,mas optou por uma segurança de meios e ações que pensava a seu tempo marcarem a natural diferença,não se preocupando com a descida das suas linhas para níveis complicados,ou mesmo perigosos para a sua baliza.
E foi assim,que cedo os de Leiria chegaram ao golo por Renato,e aos 10 minutos,ainda que beneficiando de um ressalto desvio de um verde e branco,pegaram numa vantagem que lhes assentava bem pela audácia de se sentirem maiores,e tirarem partido de uma atitude Navalista insuficiente mentalmente,pouco galvanizada,e ainda menos atrevida para quem estava a jogar em casa.
A  seguir ao golo forasteiro,iniciou-se como que 5 minutos de transição,e o labor tático,associado a um inegável talento de protagonistas a quem auguro futuros promissores,subiram no terreno,sacudindo a pressão de um adversário que começou a ser abordado no "um para um",na agressividade e leitura de movimentos que não lhes permitisse os aspaços fáceis de transição,e por outro lado,que impulsionasse a criação de investidas em resposta a uma vantagem,que fora conquistada,mas agora era imperioso anular para mais fazer luzir o bom campeonato que a Naval está a fazer.


Com Ari a subir no terreno,envolvido em uma atitude perfeitamente transfigurada,sem receios da sua pequenez física,e apostando num perfume técnico avassalador para os leirienses.começaram a surgir os desiquilíbrios em diagonais tão perfeitas quanto objetivas,para os impulsos agitados de Sandro Moço e Esgaio,que agora melhor eram servidos nas intenções da concretização do golo.
Preferencialmente sobre a esquerda,mas como que pisando a vontade nos brilhos de uma nova postura,lançava-se o irrequieto e talentoso Gil,que não virando a cara a qualquer lance,rasgava até ali,uma defesa Leiriense que até parecia consistente,mas que agora,muito mostrava das suas debilidades,quer na dificuldade perante jogadores como estes dois,com uma mobilidade rápida e objetiva,quer no controle de uma das "figuras do jogo",de seu nome Nuno André,que passava "a partir a loiça toda",quer a comandar e a impulsionar as operações da meia esquerda para a frente,quer mesmo como que "por raiva",a ocupar espaços no ultimo terço,onde se intrometia entre a dupla de pontas,que diga-se,não terão tido a tarde mais inspiradora de todas,embora claramente ninguém os possa acusar,de não lutar no tudo por tudo para que assim acontecesse.


João Tiago,o guardião Navalista,fazia-se ouvir à distancia,sabendo estar numa zona de visão preferencial no terreno,empurrava com incentivos objetivos a sua equipa,quando chamado a intervir,estava lá,para as tímidas investidas dos da cidade do Liz.
Rafael Murliki,Bernardo,Toca e Gonçalo,passavam a controlar o ultimo reduto,pontificando ainda as ajudas de Murlike e Gonçalo nas linhas laterais,com subidas a preceito,e que só com o decorrer do tempo se mostraram menos capazes na recuperação,e isto muito,pelo esforço da equipa em dar "a volta ao texto".
O "carregador de piano",Léo,tinha com esta obrigação coletiva,muito trabalho pela frente,e se cumpriu durante grande parte do jogo,fechando e compensando os atrevimentos necessários dos seus colegas de setor,diga-se em abono da verdade,"que acabou o jogo todo roto",e se calhar a justificar a substituição na parte final da segunda parte.
Na primeira parte,e aos 27,36 e 43 minutos,criaram os Navalistas ensejos para uma reviravolta no marcador,mais que merecida,mas os ferros da baliza contrária,e a outra "figura desta partida",ou seja,o guarda-redes Fábio,impediram que tal sucedesse como prémio para quem tanto fez,mas tinha que aceitar o quanto também um Guarda-Redes pode ser figura de proa em qualquer jogo de futebol.
Desta feita,quedei-me por trás dos bancos das duas equipas,e mais uma vez gostei da forma de liderança de Marinho Serpa,que mesmo a perder,encontrou "o segredo"de aproximação aos seus jogadores para os dinamizar e incentivar para o segundo tempo.
E a resposta foi bem visível logo bem cedo,e no recomeço deste jogo,fazendo-se entrar o possante Wilson,que se pode dizer estar a precisar de se cuidar na alimentação,mas é um bom jogador,e justificou-o bem em toda a segunda parte,e assim  para o centro da defesa,no lugar de Toca,que considero também muito capacitado,mas hoje me pareceu algo ausente,e outro Bernardo(Bernas), para a esquerda da defesa,em troca com Gonçalo,renovando-se assim um impeto mais forte e dinâmico que criava frutos na construção,mas pouco ou nada na concretização da sequencia que pudesse fazer virar a história do jogo.

Mas,meu Deus...o inconformado Nuno André,só lhe faltou à passagem dos 55 minutos,ser "néguinho",chamar-se,Éder,porque de resto,e no lugar em que me encontrava,eu descrevo o seu golo da mesma forma com que o fiz no jogo histórico da conquista do Europeu para Portugal.
Viu-o a pegar na bola,a contornar o adversário,com a cabeça só já a pensar no remate,porque de distribuição de jogo ,ali...népia mesmo,e puxando "a culatra atrás",mandou aquele estoiro que me ia fazendo escorregar na lama "da minha bancada",fazendo anichar a bola lá fundo das redes,e levantando ao rubro a esqudra verdi do contentamento Navalista.
Que grande goolo,puto...que grande gooloo...


Tudo indicava que a reviravolta se ia dar mesmo,mas nesta luta à parte,entre todos os jogadores navalistas que dispararam na procura desse desejo,estava um enorme Guardião Leiriense,que com cinco palavras se apresentou de nome,e com mais defesas,incluindo uma já "ao cair do pano",se afirmou intransponível aos intentos dos Figueirenses.
Por isso,digo em título,que este jogo terminou empatado,mas mesmo que"as estrelas" fossem mais verde e brancas,"a menos" foi muito significativa,e assim o empate é justo,porque afinal,ser guarda-redes pode ser uma emoção de outro nível...
E olhem, se têm dúvidas,experimentem...
Custcruz