Afinal a vida foi,é...e será sempre um desafio na sequência sólida de percorrer caminhos que se ajustem à reflexão equilibrada e tolerante, onde os projetos nunca acabem, e se definam cada vez mais naquilo que queremos ser, e não no que os outros querem que nós sejamos...
Perceber que refletir e concluir são atos que não podem estar confinados apenas ao reflexo daquilo que experimentamos sozinhos, ou obcecadamente vemos nos outros,caindo assim na tentação de criar verdades absolutas agarradas a pressupostos com falta de equilíbrio identificativo da nossa própria vontade...
Não podemos nem devemos querer para os outros aquilo que foram momentos nossos,e ajustados apenas e só para nós próprios...
Fazer crescer é educar e tentar ser amigo,é procurar limar com valores acrescentados os passos próprios de uma imaturidade pela qual quando jovens naturalmente passamos,e ou se está bem atento,ou então ficamos apenas por nossa conta,e isso pode ser muito perigoso...
Sinto sinceramente que os "meus" me olham com a admiração de quem foi livre de escolher o seu próprio caminho,com responsabilidade e dispensando cópias comportamentais,mas entendendo que a partir de uma "base experimentada" também podemos ramificar genuinamente o nosso próprio"eu"...
Só se vive uma vez,e tirar originalidade a um ser,é limitar as emoções que estavam reservadas para cada um,e isso eu penso que não é justo...

Custódio Cruz

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...

Aprender com a nossa sombra,e fixar os olhos em outras...
"...No dia em que me silenciarem a voz,não me apagarão os gestos,no dia em que me aniquilarem os gestos,nunca farão esquecer os meus sentimentos..." CustCruz

terça-feira, 5 de maio de 2015

A fotografia,o mundo e o ser humano...


No Nepal,irmão de 4 anos protege irmã de 2 anos.
Este é um registo emocionante pela forma como nas expressões de cada uma das crianças,se assumem protagonismos tão naturais como elucidativos dos valores que haveriam de acompanhar certos adultos que por aí andam.
Repara-se na postura retraída da menina,que se agarra de forma vigorosa à cintura do seu mano,fazendo beicinho,e amedrontada de certo,agarra-se à vida num vínculo de sangue que naquele momento se revela providencial para que a tragédia não a deixe ainda mais sozinha no mundo.
Convicto,e firme no abraço,protege o menino a sua mais do que tudo no destino da sobrevivência,de olhos fixos no nada,de joelhos bem assentes num chão traiçoeiro,e com a outra mão no equilíbrio do tronco, tranquiliza-a num aconchego dividido entre a dor e o amor ao que não quer agora perder.
Sobra o seu olhar introspetivo,como que na procura do que eventualmente vai demorar tempo a perceber,alicerçando um protagonismo admirável,luta por manter cintilante "uma luz" que outrora brilhava "entre outras"na órbita dos seus olhos.
A melhor fotografia,é de longe aquela que nos mostra tudo aquilo que só não vê e não sente,quem anda muito distraído,ou pior do que isso,longe de um mundo que é belo pelo que nos oferece a sua essência única,e no qual só se estando atento ao que nos rodeia,se podem encontrar os exemplos que revelarão os melhores virtuosismos deste planeta.
De repente,viajei até ao Nepal,vivi um drama tenebroso,conheci este exemplo de vida maravilhoso,refleti e encontrei-me agora aqui de lágrima caída,num agradecimento profundo a quem soube captar esta lição,que todos podem agora guardar com esta tão triste quanto bela foto.

Custcruz